São os lábios que deixam claro cada centímetro de amor, que abrem num sorriso pequeno, de meus segredos imensos, insisto em expô-los em um só olhar.
O abraço, um abraço, desses quaisquer que sejam, nesse muito pouco tempo, já fazem anos de sorrisos, meus e sem querer, muito que quis mais de nós, e as vezes não nos quero mais, por me apertar o coração um segundo sem saber por onde andam os pés que souberam cruzar meu caminho, as mãos que me fizeram carinho, tudo o que tive e agora já não quero mais, mais do que ganhei e deixo que seja tudo o que faz parte de mim, mais um ano pra mim, um começo pra nós, que precisei de um fim pra esse novo início, e fim pra tudo, me fiz nova, em uma folha toda em branco, uma vida nova pra pintar, e borrar, e misturar o vermelho no céu, o azul em todo o meu sangue, pra poder viver o roxo que me fez ser.
Mas se foi o que me permitia só uma cabeça quase que vazia, e agora um corpo todo de tudo o que me cabe e um coração mais que cheio também. Que me fazem muito mais que só um beijo, as duas mãos no meu cabelo e no meu corpo inteiro, os meus olhos bem fechados, sem querer saber a distância que eu podia estar do chão, tem sido bem mais que a altura da cama, tá mais pra altura que tem a lua, desse nosso chão quase sempre de segundo andar, e não medir porque posso cair, e se cair quero queda-livre.
Nada tenho porque me tens, nada quero, muito menos espero, por ter sabido ser, e ser por inteiro o que nunca me ensinaram a querer, mas estou neste lugar, onde eu quero ficar, que é a minha zona de risco, e gosto de ficar nessa beiradinha do abismo, tem sido a área mais segura, porque tenho do meu lado quem não me deixe cair, até que me puxe de volta quando eu me distrair, e me faz sorrir, rir, sentir o que nunca vou saber dizer, escrever, poetizar, musicar, só viver, porque quero assim, deixo estar.
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