Querem prender minha mente, bem, sinto informar, mas ela está solta por aí. Não sei onde se encontra, não sei por onde anda dessa vez... Talvez esteja na praia, ela raramente está onde meu corpo se encontra.
Querem me dizer o que fazer, o que falar, com quem estar, mas estou longe demais para ouvi-los agora. Ainda bem.
Ando estudando muito e não aprendendo nada, acho que esse, no final das contas, é o objetivo de tudo... Aprender, aplicar, usar e depois esquecer.
Ando meio ansiosa por causa de uma certa prova que tenho pra fazer no fim do ano, "vestibular", me soa como assombração. Não tenho tempo pra nada, todo mundo me manda estudar, me fazem esquecer as vezes de respirar, de pensar por mim, de ser mais eu mesma e menos eles, de ser mais por mim e menos por todas essas fórmulas que de nada me servem.
Queria aprender a surfar, aprenderia mais com as ondas, estaríamos a sós, eu, minha mente e o mar.
Queria aprender a andar de skate, não que eu já não tenha tentado, mas me falta tempo, me falta tudo. Me peguei pensando no preconceito que as pessoas tem com os skatistas, quer dizer, não entendem toda a beleza que tem por trás de cada machucado, não conseguem ver a beleza que trazem esses olhos sempre tão cheios de vontade, e tentam de novo, outra vez, mais uma e não desistem, nunca!
E dentro de cada um vozes que ecoam, dizendo que não estão fazendo isso certo, que não estão no lugar que deveriam estar, mas eu digo: estão!
Maldita sociedade que não os deixam pensar por si, que não me deixa pensar por mim. Que tentem então escravizar nossas mentes, me façam então de refém, me digam para seguir uma religião, me obriguem a saber coisas que eu jamais precisaria, queiram mais que tudo que eu valorize mais o dinheiro que um sorriso... As palavras contraditórias "seja feliz, não faça nada de errado" continuam na minha cabeça e me pergunto o que eles entendem por "errado", acho tão certo sorrir e fazer alguém sorrir, não consigo achar errado abrir mão de anos de estudo pra fazer o que realmente ama.
Então continuam vocês, entrando dentro da minha cabeça, tentando aprisioná-la, na esperança de prender minha mente também, mas sinto informar, ela está longe, muito longe daqui.
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