O vento que sopra hoje já não é o mesmo de dias atrás. Queria ser brisa pra bagunçar os cabelos, podia ser o arrepio que sobe as costas e sussurra no ouvido. Seria o beijo apaixonado de um casal que sorri e entre beijos e sorrisos podia ser a lágrima. Seria a saudade que aperta o coração, seria o cheiro do perfume que me lembra esse amor. Seria o quente das coxas, o frio dos pés. Seria o lençol molhado de suor, o sussurro, o arranhão. Seria a força com que as mãos seguram as cobertas já desnecessárias, mas então poderia ser o frio que faz lá fora, o brilho intenso da lua essa noite, poderia até ser a escuridão se conseguisse não me sentir um arco-íris, seria a chuva se não me sentisse tão sol.
Os olhares que se cruzam no cruzar de pernas. As vozes que tão baixinhas gritam para o mundo. O silêncio que permite ouvir o bater de asas de um beija-flor, o som dos passos, dos pés pesados que pisam as folhas secas, o beijo estalado, o sorriso esboçado, a respiração ofegante, as batidas do coração acelerado. Seria o meio sorriso, daqueles bem tímidos, sem jeito. Seria a simplicidade porque é tudo o que somos, seria o amor, porque é tudo o que temos.
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