Segredos, são meus e tão íntimos que me recuso a dizer uma só palavra, mas insisto, leia meus olhos. Quase sempre tão escuros, perturbados, inquietos, percorrendo esse corpo já não tão meu, nunca pertenceu nem a mim nem a ninguém, só percorre o mundo, livre, enquanto prende meus olhos, meus braços, meus beijos, todos os meus desejos e segredos, na pele quente que hoje guarda meus medos.
Fecho os olhos para que eu possa mentir, dizer que não tem engano dessa vez e que gosto porque gosto, que estou entregue, mesmo sem estar. Mas queria que pudesse dessa vez dizer a verdade quando precisasse mentir, de olhos bem abertos, no grito do meu silêncio, de todo meu sentimento mudo, sem dar nome pra algum "gostar".
E quanto mais me aproximo dessa vida que não é minha e na qual jamais me encaixaria. Sem "par perfeito", sem utopias, só meus olhos atentos a cada movimento, mas quando chega tão perto já tenho certeza de que enxergo melhor de olhos fechados, sou melhor em sentir que em observar.
Mas é o que a minha roupa causa, me esfria. Então me despia, sorria e me prometia mil coisas que não podia cumprir, e nem queria. Então me contava segredos, mentia.
E era cada vez mais diferente de mim, cada vez mais um vício, caminho sem volta, era um beco sem saída.
Pra ter a graça do escuro, esperava passar o dia, fomos cada vez mais nós dois, e hoje tão sozinho, dizendo pra todos que foi feliz
Nenhum comentário:
Postar um comentário