Livres teus jeitos, de leitos já mortos faz tempo. Devagar, teus dedos, sorrisos armados, milimetricamente posicionados.
Soltos, teus braços, teu calor perfeito, me entrelaça os desejos, segura-me pelos medos dos quais já não tão covardemente fujo.
Primeiro, segundos antes de um beijo.
Podia acordar todo dia desse jeito, meio sem jeito pra dizer o que não digo e tomar café da manha olhando a chuva pela janela da cozinha, e esperar passar todo o dia, e querer ser cada vez mais minha mesmo sabendo que a tempo que já não me pertenço mais.
Pretos olhos sempre tão calmos, os meus transparecendo tudo o que não preciso mais esconder, perturbados, impensados.
E os cinzas dessa cidade urbana ainda são os mesmos coloridos sonhos, ainda colore meu mundo um sorriso, que nem sempre por minha causa, me fazem ser de novo todo aquele azul, seria azul para sempre, sem querer ser uma cor mais complexa que essa, e seria só céu, seria só mar, seria só o que hoje já sou: meu sorrisos por ser o que eu sinto, por poder ser sentimento.
Mas pense duas vezes, isso não é pra você. Isso sou cada vez mais eu, sendo quem eu sou e sou porque gosto de ser. Isso não é sobre você, é sobre o azul que me faz ser.
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