sábado, 21 de abril de 2012
A dama e o vagabundo
Não se trata de uma dama de verdade, bem, estava longe de ser uma.
Bem arrumada descia do carro, olhava as estrelas, maravilhada. Respirava fundo e sentia o cheiro doce das damas da noite e se deliciava com aquele cheiro que entrava por suas narinas e parecia percorrer o corpo inteiro antes de deixá-lo, mas aí sentiu algo diferente, que entrava pelas narinas e deixava o corpo por cada poro, algo que a fazia voar. Sentia-se abraçada por aquele perfume, que a levava até aquelas estrelas mais bonitas e dançava envolvida pelo cheiro da dama da noite, do perfume, era a dama aquela noite, dama do perfume, dama do cavalheiro, cavaleiro em um cavalo branco, a dama caiu do cavalo, no colo do cavalheiro, mas foi sem querer, a voz dele a chamou de volta para o mundo real "que saudade, pequena", iam direto para o coração, enquanto os olhos dele entravam dentro dos dela e liam todos os seus pensamentos e ela tentava disfarçar, pensar em outra coisa que não fosse ele, mas quando parava de pensar nele como todo, vinha a lembrança dos olhos, o perfume, o cabelo, o beijo, o toque. Ela era, de fato, péssima em disfarces, também não sabia ser sutil, só virou as costas para que ele não soubesse tudo o que se passava, mas sentiu as mãos dele em sua cintura, para um cavalheiro ele não estava sendo tão educado e ai lembrou-se novamente da vida real, onde ele não era um cavalheiro, nem cavaleiro, só um homem tão menino, dos olhos mais bonitos do mundo. Virou-se para o conhecido que agora desconhecia, se olharam como se fosse a muito tempo atrás, se amaram, cada um em sua mente, se amavam, cada um em seu coração.
O cheiro do perfume dele a deixava embriagada, enlouquecida, apaixonada. A dama invadia o coração do cavalheiro e ia embora sem deixar pistas. Ela deu um passo para trás, se despediu meio sem jeito, obrigando-o a ficar e deixá-la partir. O cavalheiro cedeu, o homem apaixonado não e a implorou que ficasse, ela ouviu, mas não olhou, tinha medo de se perder na imensidão daqueles olhos verdes e não se achar nunca mais e ficar ali para sempre. E se foi de verdade pela primeira vez e se fez, desfez-se em lágrimas, não tão mais dama, mas ainda ama.
Em seus sonhos um cavaleiro, um cavalheiro mas em um cavalo branco, na realidade, destinados a lembrarem-se um do outro por toda a eternidade, ainda que mantendo a máxima distancia possivel, a dama e o vagabundo.
Marcadores:
ele,
feelings,
minha literatura,
olhos,
sonhos,
um canalha
Assinar:
Postar comentários (Atom)
Nenhum comentário:
Postar um comentário