domingo, 30 de outubro de 2011

trôpegos

Se inundavam do silêncio, se situavam bem no centro, encontravam-se inteiros.
As mãos que desciam rápidas pelas costas, não mais se viam, sentiam. Os olhos ainda que abertos, com medo de se fecharem na solidão de suas mentes, não viam nada, e nem queriam, não precisavam.
O suor molhando o lençol, os pingos de amor contrastando no ambiente frio, as pernas já se confundiam, os pés afundavam no colchão, cada vez mais. As mãos dele no meio do escuro já se moviam por vontade própria, enquanto as dela tentavam se segurar nas costas dele, já traduziam os segredos mais escondidos, desde sempre. As mãos dela diziam 'eu te amo', as dele faziam amar, todo ele feito de amor, seus pés diziam querer enquanto deslisavam pelas pernas dela, apoiada pelos próprios pés que já nem apareciam mais. Os olhos fechavam, já sem medo nenhum de solidão, as mãos apareciam e se seguravam, na esperança de que não se perdessem, e já estavam perdidos, e já tinham decidido se perder.
As mãos se juntavam acima das cabeças, os corpos se juntavam mais, percorriam uma distancia que já era inexistente, se afastavam, mas perto era melhor, juntavam, se arrependiam, separavam, esqueciam,voltavam.
O silencio que os inundavam secava, e nos sons, então, mergulhavam, encharcavam, renasciam, se amavam.

Nenhum comentário:

Postar um comentário