Flutuando na noite escura e sem estrelas, aptos, já a algum tempo, a amar, crendo que ainda se perderão, de maneira ínfima, nesses sentimentos de toques de pele, de segundos nos quais já não existem palavras que descrevam ou silêncios que ensurdecem, apenas o gosto, apenas o cheiro, apenas o toque, apenas o desejo, que se fazem em toda noite, antes de dormir, em toda manha, antes de abrir os olhos.
Pernas, já bambas, se confundiam em movimentos pequenos, quase inexistentes, olhos, já fechados, não se abriam mais, afinal, era bonito o que a imaginação trazia quando a luz não se fazia mais presente. Os lábios se encostavam, os corpos se engoliam, enquanto tiravam a mente das tristezas, tiravam os sapatos enquanto confortavam o coração.
O tecido de suas roupas frias escondiam o calor de seus corpos, mas as mãos nuas atravessavam a barreira de gelo, chegando ao quente, e gostavam de se queimar.
Vítimas de seus erros, ali se encontravam, amando, curando qualquer dor.
E chegaram ao céu, depois das ilustres visitas ao inferno. Um céu claro, onde voavam seus desejos, enquanto os corpos esfriavam e os olhos se abriam, cheios de brilho, se fechavam, dormiam.
Abriam novamente, na claridade da manha, as mãos tremiam, da boca não saia nada, apenas um sorriso, delicadamente posicionado, apenas desejos, milimetricamente escondidos.
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