sexta-feira, 30 de setembro de 2011

aos céus

Mãos para o alto, apontadas para o céu, essa é minha reza, essa é minha oração. Que te perfuram as agulhas, que te machuca a solidão, eu sei. Transformaria em música a reza, passaria a diante, mas não posso abaixar os braços.
Meus olhos se enchem de lágrimas enquanto meu coração grita.
Teus olhos se fecham enquanto minhas mãos tremem, meu coração acelera enquanto o teu bate bem mais devagar.
Tenho sido capaz de ver os anjos, tão próximos, já segurando a tua mão, mas eles tem dado a nós mais uma chance, mais uma e mais uma...
Palavras já me parecem muito pouco, lágrimas não tem sido nada.
Minha reza de mãos ao alto não tem resolvido, mas aqui continuo, de pé. A alma cansada, a mente exausta, as palavras bonitas já tem perdido o efeito, então me abstenho da forma mais covarde e estúpida do mundo. Não me peça palavras bonitas, elas se transformaram em passarinhos e já voaram para longe. Não me peça um sorriso, me sinto incapaz de fazê-lo.
Apenas me permita, ainda que eu não seja a favor de igrejas, orar em voz alta, apenas me permita chorar em silencio, apenas me permita gritar quando for necessário.
Sei que teu corpo não aguenta mais, mas nunca, jamais solte a minha mão, não me deixe aqui sozinha, eu não suporto solidão, não deixe que os anjos te levem, não deixe por favor.



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