As pessoas passam e suas rotinas monótonas entediam esses olhos violetas que tentam, em meio a multidão, achar um sorriso, um diferencial, um abraço, um beijo, um segundo que se difira do igual.
Percebe a ironia quando sente o gosto amargo do café passar por toda sua boca, ela não gosta de café.
Gosto amargo, é isso que tem sentido ultimamente, não na boca, mas uma sensação de café quente e sem nenhum açúcar passando por todo o corpo, o tempo todo.
Pôr-do-sol lá fora, chuva ali dentro. As pernas se moviam na direção de casa automaticamente, os olhos deslisavam por cada pessoa que atravessava seu campo de visão, as mãos que se mexiam, agoniadas.
"É só uma fase, é só um dia ruim, as coisas vão melhorar", dizia para si mesma, tentando se agarrar a cada palavra e torná-las verdadeiras.
Nenhum comentário:
Postar um comentário