Já haviamos combinado, teu poema acabaria aqui, tuas palavras ainda que bonitas me machucam, então pare de falar.
Teus desejos me intimidam, teus segredos me dão medo, teu silencio me preocupa, tua indiferença dói, mas teu sorriso não tem preço.
O quadro do meu quarto tem outro sentido agora, vejo nosso campo, nossas flores. As milhoes de palavras despejadas em pedacinhos de papel que guardo na minha gaveta trancada me lembram a tua voz, e é tudo tão claro que consigo me lembrar de cada detalhe, de cada segundo, sinto até tuas mãos me tocando com o gesto mais simples e puro. Teus lábios ainda tocam os meus de noite, tu ainda passa a mão na minha cabeça e diz que nada foi tão errado assim. Mesmo quando parece ter as intençoes mais puras, ainda prefere o corpo a corpo e meu coração continua não significando nada, mas você o toca da forma mais cruel e manipuladora, grava tuas palavras em lugares onde eu não consigo achar, mas fazem com que elas ecoem na minha cabeça, e que as lembranças fiquem para sempre.
Grudou minha alma na tua, só para ter os corpos mais perto e antes de desgrudá-las deixou gravado que teus erros nunca seriam motivo para eu me afastar, que teus desejos seriam prioridade, e a partir do momento em que tuas palavras ficaram gravadas na minha alma, tuas marcas ficaram no meu corpo, e permanecem lá, intactas, pois ninguém tem coragem de tocá-las, ninguém tem coragem de apagá-las, e lá ficarão, até que alguém as tire de lá, até alguém renove meu corpo, renove minha alma, me tire de ti.
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