Me viu passando com a cabeça baixa, me parou. "Está tudo bem?". Na realidade não gosto dessa pergunta, nunca está tudo bem, nunca está tão ruim também.
Bem, de fato estou feliz. Na verdade estou absurdamente feliz, meu coração tá leve, dançando ao som da trilha sonora mais romantica que já ouvi. Meu mundo? Está todo em zona de conforto, quase caindo do penhasco, sendo segurada pela mão esquerda, por alguém que pode me soltar no instante que quiser, exatamente do jeito que eu gosto. É que não gosto de meios termos, minha área de conforto é no extremo.
Ao mesmo tempo que o coração está em um salão, dançando valsa, a cabeça está funcionando a toda, me lembrando todo o tempo do que eu quero esquecer. Venho tendo uma saudade absurda, com a qual eu já deveria ter me acostumado. Todo o tipo de trauma pulsando, até os medos que eu já havia superado me derrubam e não tem me deixado levantar, tenho medo que eles me derrubem do penhasco, antes que a minha mão se solte.
Venho perdendo pessoas pelo caminho, as quais não tenho considerado perdidas. Quer dizer, não obriguei ninguém a se afastar, tem feito isso por vontade própria, talvez porque, assim como eu, estejam cansadas das mesmas virgulas de sempre, e nesse caso, considero um ganho, não só para mim, mas para elas também.
Olhei para ele, sorri e respondi "sim, está tudo bem".
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