terça-feira, 5 de abril de 2011

fuck you

Olhava o sol da manha com seus olhos já não tão claros, ou ao menos eu não podia vê-los.
A perfeição de mais um dia, de ter alguém ao lado, de ter alguém que quis que você vivesse, que quis que você estivesse ali.
Dizia apenas coisas frias, tentava mostrar o quanto não queria estar ali, porque só via problemas, porque nada de bonito via no sol, nada de bonito via no mar, nas estrelas.
Não queria estar ali e por quê? Não há um motivo concreto, não há uma realidade ruim, não houve um dia na vida em que te faltou comida, em que te faltou um teto, em que te faltou qualquer coisa.
Por um luxo chorava, por um luxo sofria, por um luxo não via o que há de tão bonito, o que há de tão especial em viver, em não ter nada e ter tudo, em ser tudo.
Reclamaçoes sem fundamento, sofrimento sem motivo, discursos movidos pela vaidade, pela vontade de ter o que se quer, ainda que não seja necessário.
Uma vida inteira movida por irrelevancias, uma existencia movida por ingratidão.

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