sol da meia noite

Encostava a mão em ti, sentindo tua respiração. Entre uma e outra meu coração disparava e por alguns segundos eu imlorava poder sentir mais uma vez. Quando demorava muito botava a mão no teu peito esquerdo, tentando sentir teu coração bater, e as vezes sentia uma ou outra lágrima escorrer pelo meu rosto, quando a respiração não vinha e o coração demorava a bater.
Quando os olhos fechados se espremiam e os dentes mordiam os lábios eu sentia a dor no meu próprio corpo, meu coração diminuia, implodia de uma forma desesperadora, era como um bola enorme, que vira uma bolinha e dentro dessa bolinha ainda tem a bola enorme. Ficava rezando para que meu coraçao explodisse de uma vez, e nada.
As vezes os pés se cruzavam e a mão fechava com força, ai eu levava minhas mãos a suas, mas o corpo imovel me apavorava e ai voltava a mão ao peito esquerdo e logo agradecia por mais uma batida e mais uma respiração.
Olhava fixo em meus olhos, que costumavam ser enormes, mas hoje parecem bem menores, não consigo ver nada. Queria eu poder te ver melhor, e ter uma imagem nitida de ti na minha cabeça, mas as lágrimas que inundam meus olhos e teus lençóis não me permitem.
Quis por alguns segundos parecer forte, mas a fraqueza veio a tona e fico sem saber o que dizer. Meu coração aperta enquanto tuas pernas não conseguem mais se mover, meu corpo se contrai em tristeza quando tua voz nem sai.
Minha mão, tão pequena perto da tua, segura tua roupa com força, e mal sabe você o quanto já pedi pra me tirarem todas as forças que tenho se isso te fizesse melhor.
Minha mente se agonia em medo, meu corpo se contrai em esperança, teus olhos já não brilham como antes, tem parecido mais opacos. O branco deles eu já nem vejo mais. Teus dedos tremem e tuas pernas nem movem. Tua voz fraca me alivia, teu coração que ainda bate me alegra, mas tuas palavras tem deixado cortes enormes, tua desistencia tem me desesperado, teu medo quase maior que o meu me apavora, teu silencio me ensurdece.
Eu preciso de ti aqui.