sábado, 23 de julho de 2011

Minha rosa

Já tinha morrido, e fazia tanto tempo, era tão cheirosa, tão macia.
Já havia até esquecido, mas os cortes que me fez me fazem sempre lembrar de como era tão boa e tão ruim.
Eu sempre a perdia, a via nas mãos de outras, fazendo todo mundo tão feliz, porque os cortes só via em mim, os espinhos se recolhiam quando saiam de minhas mãos.
E mesmo que os espinhos fossem enormes, eu os cortava da forma a machucá-la menos, com a esperança de que nunca mais voltassem, mas bastava eu dormir, e quando abria os olhos, lá estavam eles, maiores que nunca. Ainda assim eu a segurava com força, deixando os espinhos penetratem minha pele, sem dizer uma palavra, apenas adimirando a beleza de suas petalas vermelhas e seu aroma doce.
Não fazia questão de tê-la só pra mim, isso já não fazia mais diferença, mas as petalas cairam, e tive que deixá-la ir. Foi com o vento que soprava forte, foi tão bela, e deixou saudade. Minha mão, ainda marcada não me deixa esquecer, meus sentidos viciados, me fazem cada vez mais lembrar, do cheiro, do beijo, do jeito que me fazia sentir, do jeito que me fazia feliz.

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