quarta-feira, 1 de junho de 2011

Os anjos cairam!

Olhavam de cima a minha vida, lembro-me
de quando quase morri. Entrei no elevador, o piso não estava ali. Senti meu corpo indo cada vez mais para baixo, sentia a morte tão perto, a minha vida tão no fim.
Não me lembro quando, mas eu apaguei. Quando dei por mim estava jogada no piso do terceiro andar, com alguns arranhoes, mas nada grave.
Acreditei mais que nunca no poder divino. Existem anjos, tenho certeza.
Andava a caminho de casa, como faço a mais de 20 anos, mas dessa vez o silencio era maior que de costume. Silencio me encomoda, costuma me ensurdecer.
O céu fechou, ouvi barulhos parecidos com trovoes, mas nao era bem isso.
No meio do céu escuro, uma brecha de um azul lindo.
Um pouco mais a frente vejo dezenas de corpos caindo, batendo no chão e fazendo um barulho altíssimo.
Cheguei mais perto, tinham asas.
Eram anjos, mas por que? O que estavam fazendo ao meu lado? Eles deveriam estar lá em cima, cuidando de mim.
Um buraco abriu no chão, em baixo deles, e um a um foram caindo lá para baixo. Eram os meus anjos, então pulei sem pensar duas vezes.
Uma mulher linda se aproximava, em volta de mim só via fogo, risadas altas, me lembrava um pouco um prostibulo, a nao ser pela parte do fogo, e dos anjos, claro.
A mulher levantou um dos anjos pela asa, como se fosse um objeto e o jogou nas chamas que faziam um barulho alto e transformavam anjo a anjo em pó.
Me escondi, com medo de ser a próxima. Faltava apenas um anjo.
Sem todos esses anjos o mundo lá em cima deveria estar um caos, mas eles dois nao pareciam se importar.
Ela o levantou, o beijou e os dois se jogaram nas chamas.
Direto do inferno: o amor.

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