segunda-feira, 4 de abril de 2011

por gi lunardi

"acho que chamam de amor

Seus olhos brilhavam, dois pontinhos de luz na escuridão, como se fosse um farol que guiava o barco para o porto depois de uma longa noite. Seu corpo moldava-se ansioso pelo toque daqueles ombros definidos e da pele que cheirava à limpa. Ela queria aquelas mãos imensas e milhões de vezes maiores que as suas em volta dela, para embalar-se como se estivesse em um balanço. Ela queria sentir a barba mau feita pinicando seu rosto, seu pescoço, enquanto os lábios macios beijavam cada centímetro de seu ser. Ela já sentia o gosto de café com pasta de dente de hortelã, daquelas 3 em 1. Queria sentir a textura do seu cabelo, desmanchar cacho por cacho até que só sobrasse um emaranhado, onde ela se esconderia pra sempre. Acordar no seu peito nu e macio, com um raiozinho de sol despontando lá fora, num lugar onde estavam as outras coisas que a ela pertenciam. Família, amigos? Não pareciam importantes agora. Nem mesmo comer era necessário, agora que se sentia alimentada por outra coisa. Um sentimento. Como é mesmo? Acho que chamam de amor."

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