Talvez o convívio dário torne cansativa a convivência e qualquer nota fora do tom pode vir a destruir toda a harmonia.
Enfim, chego em casa as 18:30 para um jantar em familia. Sento-me a mesa e durante longos 23 minutos espero, até que as pessoas começam a finalmente aparecer. Um minuto depois, minha mãe pede para que eu e meu irmão coloquemos a mesa e novamente me vejo sozinha na sala.
Chamo meu irmão e ele liga a tv.
- Você pode colocar os copos?
- Não. To vendo tv.
- Eu já fiz praticamente tudo. Coloca os copos por favor.
- Você pode por. Que saco.
Para mim, isso foi praticamente um monólogo, já que tudo o que ele disse era previsível e minha preferencia era conversar com a parede.
Coloquei apenas tres copos.
- Coloca o seu se quizer.
-Tá. - Disse ele sem dar a mínima importância, como já era de se esperar.
Enfim, lá pelas 19:00 horas todos sentam-se a mesa para o jantar, que logo vira uma grande discussão, porque eu não botei o copo, porque eu fui grossa, porque eu não ajudei a por a mesa, porque ele sempre faz tudo sozinho. É, bem eu que fiquei vendo televisão.
Mas é claro, sou praticamente uma vilã.
Uma unica vez meus pais deram a razão para mim. Não é drama, eu juro. Passe uma semana aqui em casa e você verá que a culpa é sempre minha.
Mas voltando ao assunto, eles começaram a brigar e aquilo me atormentava.
Levei as mãos a cabeça e lá as deixei.
Foram os 15 minutos de discussão intensa mais compridos da minha vida e eu nem estava direntamente envolvida no assunto.
Depois disso eu subi para o meu quarto, fui para a sacada e fechei a porta.
Ficar na minha sacada é como se isolar do mundo. Lá fiquei, olhando as estrelas, pensando nas mais diversas coisas. Sem saber direito o motivo, me veio um choro que fazia doer o coração.
As lágrimas saiam do meu olho, escorriam por toda a sua volta e ficavam azuis por causa do lápis, depois caiam com leveza em minhas mãos.
Me sentia sozinha, então tentei fugir do mundo, escrevendo, mas mesmo assim as coisas não melhoraram.
Tenho vontade de ir para bem longe. Um lugar onde eu possa pegar as estrelas na mão.
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